O presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas foi um dos oradores desta manhã da V Semana de Economia/Gestão da Escola Secundária Francisco Franco, subordinada ao tema ‘Pensar a Economia da Madeira nos 600 anos’.
Paulo Pereira abordou, na sua intervenção, o atual estado da economia da Região e o futuro. Antes, em declarações ao JM, o economista reconheceu que a economia regional tem vindo a crescer há uns anos consecutivamente, mas “é um crescimento que tem vindo a desacelerar”.
Os “sinais de alerta” não são apenas no arquipélago, mas a nível global, ressalvou, adiantando que, a nível regional são o decréscimo de turistas, a dívida da Região, que apesar de “controlada, não tem vindo a decrescer significativamente”. Perante este cenário, o presidente da delegação regional da OE considera que são sinais que pedem algum cuidado.
“Para um melhor futuro, a opção económica é reduzir a carga do Estado na economia e, portanto, tem de haver baixa de impostos e, se calhar, com isso, as pessoas têm de exigir menos do Estado, porque tendo mais dinheiro, podem optar por comprar no privado”, defendeu Paulo Pereira. Para este economista, “esta é uma opção política, mas se queremos mais crescimento, terá de ser por esta via”, sob pena de “a desaceleração passar a estagnação e uma eventual recessão”.
No seu entender, os governos (regional e nacional) “sabem” que terão de baixar mais os impostos, “mas não querem. Os impostos altos garantem receita alta”, o que permite satisfazer uma série de propostas para a sociedade, “prejudicando todo o comportamento de economia”.
Ainda mais num ano de eleições, em que se retomou uma série de obras públicas e sociais. “Não sei se será causa efeito, mas todos os dias há anúncios de coisas novas. E, quem não vai governar, também promete ainda mais. O dinheiro tem de vir de algum lado, que é o da economia produtiva”. Contudo, como analisou Paulo Pereira, “retirar dinheiro da economia produtiva, das empresas e das famílias, falta para elas próprias”.
Quanto à previsível desaceleração da economia regional, o responsável pela Ordem dos Economistas na Madeira lembra que os dados estatísticos têm revelado essa tendência, com reduções em algumas áreas a chegar ao zero. “Estamos a chegar a um ponto que, a continuar assim, não estamos a crescer, o que implica que um dos impactos mais direto, que tem sido na diminuição do desemprego, poderá inverter-se”.