­

Notícias

Acompanhe e reveja todas as iniciativas desenvolvidas pela Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas.

Emprego e Inclusão social são áreas aos quais, além da resposta planificada a longo prazo, urge, no momento acudir aos madeirenses assolados pelo desemprego, para evitar a exclusão social e todas as consequências conexas. A crise causada pela pandemia da covid-19 apenas veio obrigar a acelerar os planos e projectos.

Veja as medidas prevista no artigo DN130920

Por Paulo Pereira - Economista

1 - Em primeiro lugar,temos de nos lembrar sempre que as dificuldades do sector do turismo (que ainda estão em fase embrionária) foram causadas, não pelo mercado, não por más decisões de investimento, mas sim pelas decisões de (quase) todos os governantes em fechar/dificultar os movimentos turísticos mundiais; Depois quem deve "apostar" são os agentes privados da economia (empresas e famílias) e são estes, porque arriscam o que é seu (directamente com capitais próprios e indirectamente através de garantias que prestam aos bancos) e não os do outros, que procuram com mais raciocínio, análise, equilíbrio e prudência os melhores sectores e oportunidades para investirem e criarem, assim, riqueza sustentável para eles e para a restante sociedade; Em terceiro lugar, a história mostra-nos (quer na URSS, quer aqui), que planos estatais de investimento, decididos por burocratas que não "colocam a sua pele no jogo" ao sabor inevitável dos mais variados grupos de pressão (empresariais, profissionais, mediáticos, etc), têm uma taxa de mortalidade e de insucesso bem maiores, deixando significativas perdas e custos para o futuro das suas sociedades.

2 - Há uma tendência para preferir as grandes obras/investimentos públicos pois segue-se a tese que depois estas "derramam" recursos por toda a economia. Discordo em absoluto desta ideia, pois além de concentrarem risco (poucos grandes investimentos, para mais suportados por dívida nova, se derrapam, falham ou têm produtividade nula no futuro, desperdiçam um montante demasiado grande de recursos na sua execução e manutenção), reforçam uma tendência para a criação artificial de "campeões locais", que depois e de forma natural, tendem a absorver quase toda a atenção, legislação e recursos. Defendo que terem de existir obras públicas (até para se aproveitar fundos europeus) que sejam para muitas mais pequenas obras, em especial de manutenção e requalificação do vasto porque existem por toda a RAM, desde estradas a infraestruturas, dotando-as de maior utilidade (produtividade) e aspecto visual/integração paisagística.

3 - A pandemia não dita regras pois foi e é uma mera classificação da situação pela OMS. Foram, e são, as diferentes decisões governamentais que causaram diferentes níveis de crise e recuperação no sector um pouco por todo o mundo. Em breve a situação turística normalizará, ficando contudo um grande rasto de destruição económica nos mercados emissores e no próprio sector na RAM que perdurará no tempo. Haverá investidores a realizarem novos projectos a pensar no fururo, outros a fecharem/deteriorar-se porque não aguentam o "entretanto" e outros que pagarão a factura da sobrevivência durante muitos anos. Os que se adaptarem mais rapidamente serão os vencedores, pois o mercado encontrará sempre oportunidades, mesmo num país marcado por uma lei das insolvências e outra de trabalho, que condennam o capital físico e humano à destruição e não à recuperação e restruturação.

 

­