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Apresentando-se nas Jornadas Madeira com uma visão económica otimista, Carlota Cavaco diz que o “truque” é a adaptação às mudanças, olhando para os desafios como um mar de oportunidades, essencialmente neste que é um ano de eleições. Otimista e “descansada” em relação a 2023, Carlota Cavaco defende que este será um ano “fácil” para a Madeira, que deve olhar para os desafios da conjuntura atual como um mar de oportunidades. Projetando um bom ano no que toca ao turismo, a vogal da delegação regional da Ordem dos Economistas da Madeira releva os benefícios da entrada de capital estrangeiro ligado ao mercado imobiliário, mormente numa altura em que há cada vez mais olhos postos na Região.
“Um tema que tem sido muito falado é o grande investimento que está a acontecer nas infraestruturas imobiliárias para venda ao mercado estrangeiro e no desenvolvimento de tecnologias, em que a Ribeira Brava tem sido um bom exemplo”, começou por proferir a economista, que foi a segunda a subir ao púlpito na sétima edição das Jornadas Madeira.
A este propósito, no entanto, Carlota Cavaco, que considera que a entrada deste capital estrangeiro é uma “grande oportunidade” para o setor privado madeirense, aponta algumas preocupações. Nomeadamente quem serão estes clientes da imobiliária; quantos contratos-promessa vão efetivamente se concretizar este ano; que entrada de dinheiro vai haver; e onde é que estes “super milionários vão fazer compras”. Até porque, conforme nota, o mercado tem se adaptado ao longo dos anos a 250 mil habitantes e um salário médio de 1.200 euros.
“O nosso comércio não está direcionado para esta população de luxo”, acautela, convicta de que este fluxo trará, porém, uma série de coisas novas com grande potencial para a Região. “Pensar em novos mercados e com mais poder de compra é desafiante e acredito que haja gente a criar valor a essa nova imobiliária que vai entrar”, reforça.
2023 será “fácil”
No geral, Carlota Cavaco afirma estar “descansada” e certa de que este será um ano “fácil” para a Madeira, pese embora reconheça os desafios que existem e que devem ser encarados com competitividade e resiliência.
“Os impactos que existem na Europa já não demoram 10 anos a chegar a Portugal, mas há um retardamento. Eu já sinto no bolso, mas não me sinto incapacitada. Portanto, ainda consigo ter vida”, sustenta.
Na sua interpelação, a gestora abordou, naturalmente, a questão da inflação para lembrar que há empresários que já viveram em realidades semelhantes à atual e que conseguiram se adaptar. Aliás, sublinha, o “truque” é mesmo a capacidade de se adaptar às mudanças.
Contar com a incerteza
Por outro lado, e focando já na resposta à questão ‘O que fazer perante os desafios que se colocam’?, Carlota Cavaco aponta um único caminho: contar com a incerteza na gestão do dia a dia e com a imprevisibilidade em todos os momentos e fazer um planeamento diário. "É isto que me vai fazer ser mais produtiva. Contem sempre com a incerteza. Quanto mais estivermos à espera da surpresa, melhor incorporamo-la", defende. Quanto a ‘Que Rumos Seguir?’, a gestora entende que não há, de facto, respostas absolutas que possam ser dadas. “Muitas vezes os economistas são comparados aos meteorologistas porque vamos fazendo previsões e depois nem sempre acertamos. Nós [Madeira] dependemos de fatores externos e mundiais, e ultimamente temos tido muitas mostras de quão afetados somos pela economia mundial e, portanto, às vezes vamos tentando ser mais otimistas, outras vezes menos, mas vamos nos adaptando ao que vai aparecendo”, reitera.
Perante todos os desafios que se colocam nos dias de hoje, e num ano de eleições regionais, a economista é perentória em reiterar que há sempre oportunidades que advêm das alterações que o mundo está a viver. O truque é a capacidade de se adaptar às mudanças com facilidade.
Formação para combater falta de mão de obra
Questionada sobre a temática da falta de mão de obra, Carlota Cavaco afirma que tem sido um desafio interessante receber as pessoas que vêm de fora para trabalhar na Região, mas sublinha que integração e formação são essenciais para antecipar essa problemática.
“Todos temos gosto em receber pessoas de fora. Aprendemos muito com elas, não só das comunidades madeirenses, mas também de outros países”, disse, adiantando que só o Grupo Pestana recebe no verão 800 a mil jovens de fora para trabalhar na Madeira.
“Todos queremos novas oportunidades, mas, naturalmente, temos de nos colocar a jeito para receber estas pessoas e formá-las e integrá-las nas empresas com gosto”, vincou, destacando o facto de isso estar já a acontecer em muitas empresas. “Tem sido um desafio muito interessante”, reconheceu.

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